Em MEU TIO, Jacques Tati mistura cor, humor e poesia para obter sua obra-prima. Esse grande clássico do cinema francês apresenta o personagem-símbolo do cineasta, o inconformista Monsieur Hulot (espécie de Carlitos de Tati, sem bengalinha, mas sempre com cachimbo),, interpretado pelo próprio diretor em diversos de seus filmes, como o tio do título. Terceiro longa-metragem de Tati, MEU TIO mostra quem é Hulot, onde mora e trabalha e quem são seus parentes. Hulot é a alegria do sobrinho Gérard (Alain Becourt),, um garoto de 9 anos sufocado pelo ambiente familiar dominado pelo pai, o senhor Alpel (Jean-Pierre Zola),, um industrial do setor plástico obcecado por organização e limpeza. A casa dos Arpel é um exemplo de ordem e funcionalidade. Por dentro ou por fora, tudo nela é impecavelmente novo e moderno. Nessa casa repleta de inovações tecnológicas, o menino nada pode fazer que não seja automaticamente previsto. Sua mãe, senhora Arpel (Adrianne Servantie),, a limpa e a arruma constantemente./ Com a chegada de Hulot, cuja personalidade e comportamento se situam no exato oposto aos dos Arpel, tudo muda. Ele representa o fôlego de liberdade infantil e caótica, a pitada de aventura de que o sobrinho necessitava, e assim não tarda a conquistar-lhe a confiança, o que deixa o metódico patriarca enciumado. Senhor Arpel não descansará até eliminar essa ameaça à rotina asséptica em que vive./ Em 1958 MEU TIO ganhou o prêmio especial do júri de Cannes, além do Oscar de filme estrangeiro.
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